quinta-feira, 22 de março de 2012
Sindicalistas ameaçam onda de manifestações após governo recursar dar aumento salarial
Se o ano de 2011 foi conturbado para o governo Rosalba Ciarlini (DEM) na relação com os servidores estaduais, 2012 poderá ser ainda pior. Os sindicatos da Educação (Sinte/RN), dos funcionários da Administração Indireta (Sinai/RN) e dos Médicos (Sinmed/RN) não aceitaram o argumento do secretário-chefe da Casa Civil, Anselmo Carvalho, para o governo não conceder os aumentos previstos nos Planos de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos servidores. Os sindicalistas ameaçam fazer uma onda de manifestações.
Segundo Carvalho, uma das medidas do governo, que usa 48,15% de sua receita no pagamento da folha dos servidores públicos, para se adequar ao limite prudencial (46,55%) e não ultrapassar o valor máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é 49%, será não conceder os aumentos previstos nos PCCS's aprovados pela Assembleia Legislativa em 2010. Ele disse que não há expectativa para colocar os planos em prática.
A presidente do Sinte/RN, Fátima Cardoso, criticou a postura do governo. "Há aumento na receita, mas não para os funcionários? O governo quer dar um golpe nos servidores". O presidente do Sinai/RN, Santino Arruda, disse que o governo ficou sem credibilidade para negociar. "Se não tiver uma proposta consistente, o Executivo enfrentará uma onda de mobilizações". Já o presidente do Sinmed/RN, Geraldo Ferreira, afirmou que o governo começou a negociar com a categoria.
Para a representante dos professores do Rio Grande do Norte, a postura do governo mostra má vontade da gestão com os trabalhadores. "O governo está desconversando. Não quer cumprir o que está previsto pelo PCCS e fica usando a LRF como justificativa. Não aceitamos esse argumento. Existem alternativas. É muito fácil para um governante anunciar que não dará aumento. Mas, não vamos cruzar os braços. Faremos um fórum formado por todas as categorias de servidores e lutaremos juntos pelos nossos direitos", declarou.
Santino Arruda ressaltou que, em 2011, o governo teve uma postura grosseira, que desmotivou os servidores. Segundo o sindicalista, existia uma expectativa para que neste ano a situação fosse diferente, o que, frisou ele, não ocorreu. "Esperávamos uma postura mais flexível. Não acreditamos nesse argumento do governo para aplicar os planos, pois já houve aumento para a polícia e para os auditores fiscais. O governo diz uma coisa e faz outra. Isso cria uma crise no funcionalismo público", avaliou.
O presidente do Snmed/RN observou que a postura do secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, tem sido diferente da externada por Anselmo Carvalho, em relação às reivindicações dos médicos. "Já estamos negociando com o governo. As conversas estão prosseguindo. Pedimos a análise da aplicação do piso (R$ 19,6 mil). Não queremos uma aplicação imediata, mas progressiva, no decorrer dos anos. Deixamos claro que se o governo tiver uma postura intransigente haverá greve", finalizou.
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