segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pronto-atendimento de hospital infantil Maria Alice Fernandes é fechado


O fechamento do pronto-socorro do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, no Conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, na última sexta-feira, vai sobrecarregar outros hospitais, como o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, o Walfredo Gurgel, e o Santa Catarina, também na Zona Norte, para onde as crianças estão sendo encaminhadas, segundo o médico José Madson Vidal, diretor presidente da Cooperativa dos Anestesistas. “O fechamento do maior pronto-socorro pediátrico do estado é muito grave. Não podiam fechar”, afirma o médico, que também trabalha no Maria Alice.


A suspensão do serviço obrigou centenas de pais a procurarem atendimento em outro lugar. Por dia, o pronto-socorro atendia cerca de 300 crianças. Quase 3 mil deixarão de ser atendidas até 1º de maio, quando o pronto-socorro, segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, deverá ser reaberto. A equipe de reportagem percorreu as principais unidades de saúde da região, neste sábado, e encontrou vários pacientes que passaram pelo Maria Alice e não foram atendidos. 


A dona de casa Francisca de Castro, 36, levou o filho, que vomitava sangue desde sexta, ao Maria Alice, mas só conseguiu ser atendida no Santa Catarina. “Moro no Golandim. Até o Maria Alice, é um pulo. Passei lá hoje de manhã. Disseram que o pronto-socorro está fechado por tempo indeterminado. Tive que vir para cá. Não sabia nem se aqui teria pediatra. Tive que arriscar. Acho isso um absurdo. Uma falta de respeito com as crianças, que não tem nada haver com isso”, reclamou.

De acordo com o médico José Madson Vidal, a falta de pediatras e provável suspensão do pronto-atendimento já haviam sido comunicadas a várias entidades, como Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina e Ministério Público do Rio Grande do Norte. “Eles sabiam, desde o começo do mês, que a escala de plantão só ia até dia 21 e que não teria pediatra até dia 31 de abril”. 

Segundo Domício Arruda, secretário estadual de Saúde, a Secretaria buscou várias alternativas para não fechar o pronto-socorro do Maria Alice. Convocou médicos concursados (dos seis convocados, cinco deixaram o hospital nas últimas semanas), transferiu pediatras de Macaíba (que não apareceram), tentou remanejar pediatras de Parnamirim, pagar hora extra aos pediatras que já trabalham no hospital infantil. Nenhuma das alternativas deu certo. “Tentamos de todas as formas. Como não temos pediatra até o final do mês, tivemos que tomar esta medida extrema: fechar o pronto-socorro”. 





Da redação Tribuna do Norte

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