Operários que trabalhavam na reforma no prédio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) na avenida Rio Branco encontraram, por acaso, o que aparentemente são relíquias da história de Natal. São peças em porcelana e, pelo aspecto, trata-se de xícaras, pratos e pedaços de outras peças em porcelana. Não se sabe ainda de qual época são as peças, mas o IFRN fará uma análise do material a partir do trabalho de dois professores de história da própria instituição.
Rodrigo Sena
Larson Maia acha que as porcelanas têm mais de cem anos
De acordo com o professor Larson Maia, que encontrou as peças junto dos operários da obra, os professores de História Ênzio de Andrade e Francisco Carlos irão analisar as peças coletadas. "Não temos ainda como dizer a época dessas peças, mas essa análise pode determinar. Pelo visto são antigas, porque a primeira ocupação desse prédio foi em 1906. Pela profundidade encontrada e por essa data, pode-se dizer que elas têm mais de 100 anos", aponta o professor Larson Maia.
A descoberta dos artefatos se deve à construção de uma nova cisterna no prédio do IFRN. A atual estrutura, duas caixas d´água e uma cisterna, já não chega para a demanda. Os operários foram incumbidos de cavar 5,5 metros para fazer a cisterna. Com 3,5 metros chão adentro, apareceram as peças. Contudo, os operários não perceberam de pronto a importância daqueles cacos de porcelana. Continuaram cavando, até que o professor Larson viu o "entulho". "Eles não tinham percebido do que se tratava e por isso, infelizmente alguns foram quebrados", diz Larson. Além da porcelana, pedaços de peças em barro também foram encontradas.
O material provocou de imediato a dúvida sobre a procedência, principalmente porque em uma das peças há uma inscrição em inglês: "Copeland Late". "Imaginamos que seja uma porcelana inglesa ou portuguesa", complementa o professor.
É possível que no mesmo pátio onde foram encontradas essas peças, existam outras. Mas o IFRN não irá, até então, fazer nenhuma outra escavação no local. "Estamos disponíveis para conversar com outras instituições interessadas em fazer algum tipo de pesquisa", encerra Larson Maia.
O mais antigo registro sobre aquele prédio data de 1906. Naquela época, funcionava ali na avenida Rio Branco o Colégio da Imaculada Conceição. Logo depois, o prédio foi ocupado pelo Batalhão de Segurança Estadual. Só em 1914 o Liceu Industrial - futura Escola Técnica Federal do RN, Centro Federal de Educação Tecnológica e, finalmente, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN - passou a funcionar naquele local.
Da redação Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário