quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Novo aeroporto em São Gonçalo depende de integração para gerar negócios


I (AnaAmaral/DN/D.A. Press)
Integração como palavra chave para abrir as oportunidades do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Com esse tom e exaltando a necessidade do poder público e iniciativa privada andarem juntos no projeto, o diretor regional do consórcio Inframérica, Ibernon Martins Gomes, listou a série de potencialidades que podem ser exploradas quando os terminais de cargas e passageiros estiverem operando. Entretanto, para que as ideias aconteçam na prática, a infraestrutura prometida para o entorno do empreendimento também precisa sair do papel. "Precisamos trabalhar para que o aeroporto cumpra sua função de integrar", resumiu o engenheiro ontem durante a visita de empresários ao canteiro de obras promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio/RN).

Planejado para ser o "aeroporto da Copa", o terminal de São Gonçalo está com as obras em andamento. No terreno já terraplanado atualmente estão sendo colocadas as estacas do futuro terminal de passageiros. Porém, fora da área do empreendimento, as construções das estradas de acessos ainda não foram iniciadas. De acordo com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) a expectativa é que o contrato com a empresa Queiroz Galvão seja assinado até o fim do mês. O projeto de R$ 72,2 milhões e 33,27 quilômetros de asfalto criará caminhos de ligação do aeroporto com as BRs 406, 304 e 226. A conexão, de responsabilidade do Governo do Estado, tem de ficar pronta até o primeiro semestre de 2014.
No que se refere à prefeitura de São Gonçalo do Amarante, estão hoje em fase de elaboração os projetos de esgotamento sanitário, drenagem e de um hospital necessário ao município para comportar o aeroporto. O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Hélio Duarte, explica que as obras serão viabilizadas junto aos ministérios das Cidades e Saúde. Além delas, está sendo tocada em fase mais adiantada o projeto da adutora que abastecerá o município, e consequentemente o terminal. Ibernon Gomes informou que serão necessários 1,5 milhão de metros cúbicos de água por dia para sustentar o funcionamento do aeroporto.
"Da parte da adutora já estamos com licitação realizada, recursos alocados e contrato assinado com a Caixa Econômica. O projeto de R$ 83 milhões tem 43 quilômetros de adutora para trazer água do Rio Maxaranguape para São Gonçalo, atendendo todo o município", detalha Hélio Duarte. O secretário ressalta ainda o processo de realocação de 380 famílias do loteamento Padre João Maria, localizando quase inteiramente dentro da Faixa de Segurança 1, que precisa ser desapropriada, pois segundo Duarte, se localiza em uma área de risco de acidentes aéreos.
Os moradores da área serão realocados para um conjunto habitacional que será construído a 600 metros da atual localização do loteamento. Duarte diz que a prefeitura trabalha para conseguir a licença de instalação junto ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). O secretário reconhece que ainda existe certa resistência de parte dos moradores, principalmentede cerca de 80 famílias, que possuem imóveis de maiores dimensões em relação às casas do conjunto habitacional.
A liberação da área no entorno do empreendimento evita problemas como o existente hoje no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde foi necessário adequar horários de fechamento para evitar transtornos de ruídos a pessoas que moram próximas ao local. "O plano diretor de São Gonçalo contempla um capítulo apenas sobre o aeroporto e traz essas restrições a essas construções. O aeroporto já nasce com a capacidade operacional full time".

Oportunidades
Com capacidade para receber na primeira etapa do projeto uma demanda de 6,2 milhões de passageiros por ano, o aeroporto de São Gonçalo supera a recém reformada estrutura do aeroporto Augusto Severo, que após a recente ampliação pode receber 5,8 milhões de passageiros por ano. A segunda etapa prevê capacidade de 11 milhões de passageiros/ano e será executada de acordo com o aumento da demanda. 

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